sábado, 4 de setembro de 2010

Fuga

me desculpe, mas sinto vontade de escrever


Por conta do tempo gasto ele dorme
Sem razão de ser, apenas por ousadia
Encontra no sorriso da lua a forma
Encontra no sopro do vento a brisa

Ignora o tempo como se nada fosse
Pois nada se compara a essa tenra brisa
Que sopra os temores pra terra longe
Que lhe faz esquecer as horas perdidas

O mesmo homem que julga-se falho
Vê, través de cada frase e cada verbo
Um sorriso tenro e uma sincera alegria

Ao fim da noite sem perder o tino
Após acender seu último cigarro, rindo
Se vê em um mundo de contentamento.

Encontra-se deitado. Sorrindo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Segura insegurança


É difícil lidar com tanta insegurança.

Analizando friamente como reagi a isso nos meus antigos relacionamentos fui perceber que o único modo de eu não senti-la era ocupando minha cabeça e meus momentos com outras coisas, desde diversão em excesso a outras pessoas.

Outras épocas, outra cabeça e outros amores.

Encarando como o "boehmio poeta" que meu irmão tanto diz que pareço, tudo que faço parece ser em prol de mim, do meu amor e da minha felicidade.

Já falei eu te amo com a certeza de um devóto a cruz e mesmo assim acolhi minha insegurança em outros braços. Insegurança fajuta, infantil e sem créditos, por que não existia necessariamente, mas ainda me era cara.

Aprendi a controla-la antes, mas, hoje, faz tanto tempo que não me é necessário "utilizar" esse controle que vi que desaprendi a moderar meu peito.

Outra época, outra cabeça e outro amor.

É difícil lidar com essa insegurança infantil, que me aparece quando estou sozinho e fica perdida quando estou com ela. A vergonha de um homem é assumir o descontrole pra si e pro próximo, prometendo lidar com isso, mas sabendo que é extremamente difícil. Vergonha essa por se sentir tão correspondido e amparado, mas ainda sim abraçado, quando só, por esse aperto irritante. O pior é queacredito que a melhor forma de lidar com isso é pura e simplismente olhar para o lado.

Me sinto diferente, tanto interno quanto externamente. Minhas amizades, meus desejos, minhas preferências e meus sentimentos, todos se adequaram, mudaram e deixaram de ser o que sempre foram.

Existem coisas mais difíceis de mudar e outras que nem pretendo. Continuo sendo o "romantico" que gosto de ser, mas o homem que da vida a ele já não é o mesmo Não quero me tornar um novo moralista, mas esquecer a idéia que sempre tive sobre mim mesmo de que "não sou deus", pois se preciso "reeducar" minha insegurança preciso rever alguns dos meus conceitos.

Versos de amor
Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a . . ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.
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Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não o estar pegando!
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Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Marsias — o inventor da flauta —
Vou inventar também outro instrumento!