terça-feira, 17 de agosto de 2010

No "bem da verdade"


No bem da verdade, por ironia, todo mundo mente.

Um erro "brando" se comparado a maioria dos deslizes, mas que não deixa de acontecer. Esse, especificamente, vem, quase que automaticamente, após um pedido de sinceridade. Parece simples, mas é muito mais complicado.

"Gostaria de saber se esta tudo bem, me diz" - pergunta base.
"Sim amor, por que?" - retórica simples.

Para pra pensar, quantas vezes você mentiu quando respondeu perguntas desse tipo? Quantas vezes você foi sem querer ir ou consentiu sem gostar do que aconteceu, simplesmente por que isso soa mais carinhoso e até mais automático?

Muitas vezes essas perguntas, nem para quem as faz, tem algum sentido. Muitas vezes servem apenas para confortar o seu próprio lado de alguma incerteza maquiada. A afirmação das coisas mesmo sem a certeza absoluta, apenas do que sinceramente lhe interessa, tem valor.

Ao mesmo tempo, como disse agora, existem necessidades para tais perguntas? Insegurança e ansiosidade, ou só confusão de sua parte? Não da pra saber, ainda mais vindo de mim, que vivo assumidamente com esse problema.

Antes fosse melhor se calar, mas o mesmo problema de saber que você precisa disso é a necessidade extrema de buscar respostas. Muitas vezes a vontade de querer saber de tudo não pode ser suprida por quem deveria responder, não é culpa da pessoa. Entender isso é outro grande problema.

Quando, como e o que perguntar para obter respostas "satisfatoriamente" verdadeiras dentro do contexto de omissão X realidade, foda. As vezes tentar qualquer coisa faz com que tenhamos que trabalhar com isso, de modo a construir algo, a velha premissa de que devem haver sacrifícios para que tenha fim uma amarga guerra.

nota: a mentira aqui é tratada como ferramenta de um relacionamento, dentro do aspecto da "mentira branca", não como alusão a filhadaputagem, por assim dizer.

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