quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gostamos mesmo é de sofrer?


Amigas minhas que namoram/namoraram durante um tempo considerável vivem dizendo-me que tenho que largar dessa vida libertina de solteira e ter um relacionamento sério para saber como é bom ser realmente querida por uma pessoa. E apesar de eu ser bem desencanada (tentar e com sucesso, na maior parte das vezes), sustentando esse orgulho de não pertecer a ninguém e ter a todos, chega o momento no domingo, após um fim de semana geralmente agitado, que eu deito na cama e tudo que queria era receber aquela mensagem no celular de boa noite de alguém que realmente te quer bem e vai sentir saudade de você da 2ª até a 6ª feira.

Com isso, peguei-me pensando em meus quase relacionamentos dessa vida bandida, e cheguei a conclusão de que sim, eu já tive isso! E surpreendentemente, de quem eu menos esperava (e nem sei porque, na verdade seria a pessoa mais óbvia): de uma menina. Sim, entre tantos homens com que já sai, nenhum me tratou tão bem quanto uma certa menina com quem sai por um tempo.

Conhecemo-nos por acaso numa balada, trocamos números de celular e combinamos de nos ver 2 dias depois. Começamos a sair vezes e mais vezes, e os momentos com ela eram daqueles que me faziam ficar suspirando após cada encontro. Um convite pra ir a um café, a um cinema, para assistir um filme com ela, no frio, abraçadas em baixo das cobertas, um caminhar pela manhã juntas até eu ir embora, só para ficar mais tempo ao meu lado, sms perguntando se cheguei bem em casa e mandando boa noite...era tudo. Tudo isso tirando as outras milhões de qualidades que ela possuia: bonita, feminina, mais velha, formada em uma universidade federal, trabalho legal, estilosa, bom gosto musical, filmico...era a coisa mais fofa que já apareceu na minha vida. E eu, amando tudo isso. Era uma época que eu estava me relacionando praticamente só com mulheres, meio desencanada total de homens (nem sei porque, simplesmente aconteceu). Vivi tudo com muita empolgação e curti por muito tempo, sempre sentindo aquelas borboletas na barriga e aquela ansiedade absurda antes de ve-la e abrindo um sorriso de orelha cada vez que lembra de nós juntas.

Ai, eis que começo a ficar com um menino! E começo a me lembrar como é bom isso. De repente, toda minha fascinação pela menina começa a ir por água a baixo. E ela, tão fofa como sempre foi, me pede em namoro justo nesse momento. Fui obrigada a recusar e acabou. Um pessoa incrível, que saiu completamente da minha vida e de repente. E talvez fosse a que mais deveria ter ficado.

Entre tantos na minha vida, não digo que fui mal tratada por nenhum deles, mas nunca fui realmente bem tratada como uma mulher (e acredito que não só, mas como costumamos ter a fama de ser mais sentimental, né...) realmente quer ser. Parece que ao mesmo tempo que eles fazem algo que lhe agrade por um lado, decepcionam-te por outro. Ou então, justamente por terem feito algo que lhe agrade, fazem você ficar na espectativa de que as coisas continuaram assim, sendo que depois só vai ter a indiferença. Não acho que seja por mal, na maior parte das vezes. Mas apenas estão agindo coerentemente com o que estão sentindo, o que é certo. O que me faz concluir: nunca sentiram muito por mim. Já fiquei com muitas mulheres e ultimamente isso tem acontecido meio que por acaso. E sim, são sempre carinhosas. Não fazem tudo pensando somente em fazer sexo com você. Mulher com mulher rola uma amizade e cumplicidade que tornam a relação muito gostosa. Mas nunca mais chegou perto de dar em nada mais sério, e acho que principalmente por que eu não quero. Eu fico mesmo atrás de homens.

E por que, então?

Não estou considerando as diferenças no sexo em si, que acho que pode ser tão bom com ambos quando a relação que você tem com a pessoa é legal. Mas quanto a isso também, busco sempre com homens. Mulheres são sempre o acaso que me coloca.

A verdade é que eu fico atrás daqueles com quem minha relação não é exatamente do jeito que eu gostaria, e nem sempre é bom. Sempre estamos buscando a felicidade e muitas vezes quando a encontramos jogamos a oportunidade fora. Talvez essa história de que o que gostamos mesmo é de sofrer seja então verdade.

Um comentário:

  1. o ser humano é como uma criança.

    Quer tudo o que não alcança e quando alcança não quer mais.

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