sexta-feira, 17 de julho de 2009

O melhor amigo confidente ou coisa que o valha


Há alguns meses atrás, uma menina que trabalha comigo recebeu um e-mail de um suposto pegueti que, na noite anterior, ela, inocentemente, fez a seguinte proposta: “Vamos ser apenas amigos? Eu gosto de você, e não quero te perder, por isso quero ser sua amiga.” Se era sinceridade o que ela queria, o cara fez corretamente a lição de casa: “Olha, me desculpe. Mas eu não consigo ser amigo de mulher gostosa. Até um dia, gata!” era o quê dizia o último parágrafo do e-mail que ela recebeu como resposta. Além de concordar parcialmente com o que o cara disse, eu me mijei de rir por dentro. A menina é a típica linda e gostosinha que não vai sentir nenhuma falta do sujeito --, pois tem caras se arrastando pra tirar uma casquinha ali -- mas, é também do tipo que às vezes precisa levar uma dessas pra ver que nem tudo funciona como ela quer.


A mais de um ano que trabalho com três mulheres – uma casada, uma encaminhada e a outra, que é a do e-mail, correria total, se é que você me entende. A conversa e o diálogo é algo necessário no ambiente de trabalho, claro. E eu acabo conversando demais com elas, principalmente com a correria. Não sei se ao longo do tempo me tornei um velho chato e ranzinza, mas sinceramente, não gosto de chegar em plena segunda-feira de manhã, descer pra fumar um cigarro e tomar um café enquanto ouço as aventuras sexuais dela no final de semana. É constrangedor. Por outro lado, por total obra do acaso, acabamos virando amigos. Eu não como ela (não por falta de vontade e de tentativas, que fique claro), mas ainda assim a amizade rolou. Só não gosto de saber os detalhes do que aconteceu depois da temakaria e saquê da noite anterior.

Conheço uma pessoa que vai discordar plenamente com a minha opinião sobre amizade entre homens e mulheres (gostosas), mas se conheço bem essa pessoa, antes de aceitar a proposta de amizade que hoje ela fielmente sustenta, esse, em algum momento, tentou reverter a situação. Talvez por esse motivo que inventaram a tal da amizade colorida. Que eu (e o resto da espécie masculina?) particularmente, não tem nada contra. Pelo contrário, acho o ajuste perfeito entre carinho e, é, a carência.

Geralmente, mulheres preferem homossexuais para compartilhar as fofocas, e as fazem como se estivessem em um burburinho de banheiro feminino. Ambos dividem, praticamente, os mesmo interesses. E isso, meu caro, já é auto-explicativo. Não tenho preconceito. Só não consigo mesmo segurar a inquietude que tenho que lidar de segunda à sexta ao ter que dialogar sobre assuntos pessoais com uma modelo de 21 anos que mora sozinha num apartamento na Zona Sul da cidade. Não consigo.

Não sou do tipo que se importa e leva tão a sério o que os outros pensam de mim. Mas há algumas situações corriqueiras que acontecem com quem é amigo de mulher gostosa. Essas talvez incomode bastante quem dá atenção a pensamentos alheios: O cara sempre anda com ela. Fato. O que deverá correr à boca pequena é: ou o cara tá ali, se dando bem, comendo quieto. Ou, o cara é o famoso amigo viado. Das duas uma. O que o dito cujo não pode jamais deixar acontecer é que a mulher reflita: "Será que ele é meu amigo viado?" Aí, meu chapa, tá na hora de rever os seus conceitos.

A menina que trabalha comigo, que não por acaso, se tornou o foco principal do texto, vai morar no Guatemala. Embarca na próxima terça. Espero, do fundo do meu coração, que não seja nada envolvido com tráfico de mulheres bonitas da América do Sul que viram escravinhas sexuais de gringo cafetão. No fim foi bom, pois acho que acabei ganhando uma amiga, mas no pouco tempo que ainda resta com a agradável presença dela por aqui, posso garantir: a minha segunda, e, óbvia intenção, permanecerá viva (e como!). Volte logo, Gabi!

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