quinta-feira, 23 de julho de 2009

Amizade com ex?


Hoje sai com a minha amiga e ex-namorada.

Minha ex entre termos (como todos meus/minhas ex). Não sei exatamente se de ficadas constantes e esparsas por mais de um ano, no qual nos compartilhávamos com outras pessoas conscientemente (mesmo que tenha tido como ápice um namoro de 1 dia, no qual ela, após me jurar fidelidade, se pegou loucamente com outra garota na minha frente), contam exatamente como um relacionamento sério.


Somando-se isso ao fato da não existência de sexo. O triste motivo, nem nós sabemos direito. Uma falta de local apropriado (não que isso seja exatamente um empecilho!), impossibilidade de uma das duas (infelizmente mulheres não estão sempre aptas!), uma briguinha besta que fez deixar a outra na mão (literalmente!), ou, até mesmo, o fato de uma largar a outra por uma terceira pessoa (cruelmente!).

Mas este é apenas mais um dos muitos relacionamentos bizarros que já tive e que sei que terei pela frente (e que, ao que me parece, são os únicos que sou capaz de manter). E sim, o considero um relacionamento, porque houve muito sentimento. Ainda há. E isso me faz ver que acredito sim que possa haver amizade pos-término de relacionamento.

Nesta simples mesa de bar de hoje, em meio a um dia qualquer da semana, sem nenhum encontro especial marcado, sentamos só as 2, como a tempos não fazíamos, pra beber, conversar e matar as saudades como boas amigas, já que não nos víamos a um certo tempo. E nestas horas, falamos sobre tudo. Inclusive sobre nós.

E é estranho como podemos falar declaradamente sobre o ciúmes que ainda sentimos (e como) uma da outra quando nos vemos acompanhadas de outras mulheres, sem contudo, deixar de aceitar e levar numa boa esse fato, desejando, sinceramente, que a outra esteja feliz ao lado de quem estiver. Mesmo com recaídas, do tipo ligações, no meio da madrugada, chorando desesperadamente ao pedir que eu largasse a outra e que ficasse com ela que era a verdadeira mulher da minha vida (!), pudemos suportar já muita coisa que machucou seriamente as duas e continuarmos, acima de tudo, amigas.

Compartilhamos, inclusive, a mesma cama diversas vezes após o término do “relacionamento”, dormimos abraçadas... mas vi que a amizade era tão importante que nos fez pararmos em uma das nossas muitas tentativas de sexo, temendo estragar tudo que andava tão bem por estar esquecido e abafado lá no fundo, em troca de um remember dos tempos perturbados (e como!) que ficamos juntas.

E eu tenho certeza que não foi apenas uma paixãozinha fácil de ser superada. Foi a primeira garota com quem eu fiquei, e isso complica ainda mais, coisa do tipo “meu primeiro amor” feminino. Eu lembro o que senti e o quanto a quis. E isso é bem difícil para mim admitir, dificilmente me deixo realmente gostar de alguém. Mas quando gosto, me jogo mesmo. E como geralmente não é recíproco, não tem ninguém lá pra me segurar e eu acabo levando um belo tombo. E assim foi mais uma vez. Primeiro cai eu, depois a situação se inverteu e ela caiu, e depois ainda caímos juntas. Mas não dava, não rolava, não funcionávamos juntas. Decidimos então ficarmos de pé, sem ninguém se jogar em lugar nenhum, e separadas.

Mas eu a amei. E passou. Ela me amou também, e também passou. Passou, sem precisarmos fugir, nos distanciar, fingir que não nos viamos. Continuamos saindo juntas com nossos amigos, ficamos lado a lado, vimos uma a outra se agarrando com outras pessoas e agarramos juntas as mesmas pessoas às vezes, compartilhamos experiências de sexo que tivemos com outros, dividíamos segredos amorosos... Foi um tratamento de choque, de certa forma, para que o sentimento que tínhamos deixasse de existir, meio masoquista até, mas enchemo-nos uma da outra até nos enjoarmos enquanto amantes. Mas esse tipo amor passou, tornou-se uma coisa extremamente platônica. Não nos tocamos mais, nada de contato físico (quase sempre conseguimos, admito que há algumas recaídas em conseqüência principalmente do álcool), mas eu tenho certeza que nos amamos ainda, mas um amor diferente

E foi bom? Foi! Não me arrependo de nada (exceto, talvez, de não termos nos amado "concretamente" como nos amávamos sentimentamente). A amizade que temos hoje é uma coisa bem diferente das que já tive, é especial e única, e não quero a perder por nada. Provavelmente, ganhei muito mais com ela como amiga do que se fossemos qualquer outra coisa. Realmente, não há sexo, há só conversas. Mas se quer saber, apesar de nunca termos chegado aos finalmentes, foi muito bom, porque apesar de tudo, poucas vezes já me fizeram sentir tanto prazer como só um beijo dela já fez.

(e meninos, desculpem me pelo primeiro post que não exala testosterona)

2 comentários:

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