quinta-feira, 9 de julho de 2009

Prenez soin de vouz


Sempre discutida, sempre defendida, sempre criticada, a poligamia é um tópico presente quando a pauta é relacionamento. Ainda mais quando o assunto sai do microcosmos da nossa vida pessoal e se torna algo público, tal como fez a artista francesa Sophie Calle.

Curiosamente, no dia seguinte a uma conversa sobre a questão da fidelidade com um dos membros deste blog, parei para ler na Bravo! deste mês sobre a exposição que esta artista está realizando no Sesc Pompéia, onde a mesma traz uma instalação em que 104 mulheres, 2 marionetes e 1 cacatua (!) dão suas interpretações sobre uma carta de rompimento enviada a Sophie por seu ex.

A carta contém uma bela melação com frases típicas de fins de namoro pacíficos, exaltando sentimentos sinceros e coisas do tipo - “nunca vou te esquecer” “sempre vou te amar” - , mas realmente bem redigida, provavelmente, pelo fato do ex da artista ser um escritor, de uma forma que faz você realmente esquecer que TODO MUNDO fala isso, sinceramente ou não. E o motivo de tal rompimento: ele não conseguia manter-se fiel a ela.

Encaremos a realidade: é difícil. Sempre tem uma cobra por aí se oferecendo muito mais que uma maçã pra seu parceiro... é tentador! E ele ou ela, muitas às vezes acabam comendo! E, venhamos e convenhamos, por mais que queiramos nos colocar como pessoas de cabeça aberta, pós-modernas e os caralho a quatro, ninguém, pelo menos aqui no Ocidente (criados sob as regras sociais da monogamia e os tabus que isto envolve), realmente GOSTA de ver a pessoa com quem você está junto à outra, a menos que você também esteja também participando da coisa. (Aliás, na real, sempre têm os que gostam... mas de qualquer forma, são uma minoria pouco expressiva socialmente, portanto, apesar de estarmos em um país democrático e de representação popular proporcional, para fins de facilitar nossa análise, estes serão educadamente ignorados)

E foda-se qual seja o motivo exato para isso. Somos sim individualistas e possesivos, nos achamos únicos e que por isso as pessoas também devem achar isso. Mas as coisas não são sempre assim. Mesmo que você não tenha planos a longo prazo, você gosta de saber que aquela pessoa te escolheu por ver algo diferente em você, seja sua personalidade, por você ser uma pessoa legal, ter bom humor, bom gosto, por ter um corpinho legal ou muito dinheiro. Ninguém quer ser só um número, o famigerado “mais um”.

Mas o fato é que as pessoas traem. Nem todas, nem sempre. Sem generalizações. Mas um contingente realmente grande delas o fazem. E saber fazer a coisa bem feita, sem deixar suspeitas, é uma arte para poucos. Já diria uma amiga minha: “quando você mente, você tem que acreditar na mentira”. E pela quantidade de vezes que ela o faz e é bem sucedida, realmente vejo que é uma tática com resultados práticos admiráveis. Ela, por exemplo, certa vez, conseguiu encontrar-se com o ex, o atual (hoje ex) e o futuro (hoje atual) em um mesmo dia! Mas nenhum se quer desconfiou e todos saíram felizes e com a garota (e ela mais ainda, com os 3!).

E até aí, na verdade, pouca diferença fez para o(s) parceiro(s) traído(s) este fato, devido a variável que tem um graaande peso: o conhecimento. Enquanto a pessoa traída não sabe, parece estar tudo ótimo! Caso contrário... é! E aí na real existe toda aquela série de tipologias, de tipos diferentes de cornos, dependendo da atitude dele quando sabe, mas o fato é que a pessoa fica mal! E não é bom. E sem mais delongas a respeito das conseqüências que podem advir disso, pois acho que todos temos uma idéia...

Mas e se a pessoa não sabe? A vida pode continuar normalmente! (mesmo que no fundo a pessoa esteja sendo feita de palhaça, e aí cabe a você ver se considera isso uma falta de respeito ou não.)

Grégoire Bouillier, o ex de Sophie, declarou que a monogamia virou um peso no seu namoro justamente por ela insistir tanto nisso. Para ele, “Fidelidade é algo que oferecemos de livre e espontânea vontade. Não convém encherga-la como uma obrigação”. Ele deixou claro, para ela, que deixou de ver as ‘outras’ enquanto estavam juntos e que tentou encontrar uma forma de transformar-la em mais uma delas. Mas ele não conseguiu, estava infeliz! Ele gostava de outras mulheres e, por isso, não podia estar sobre essa condição que ela impôs.

Como me disse certa vez o Comofas?, “Quantos casais que se traem e estão vivendo o auge do relacionamento, enquanto há casais ‘perfeitos’ que são infelizes?”. E é verdade. Na real, a ignorância muitas vezes é uma benção. O importante é que o relacionamento esteja fazendo ambos felizes. Se para isso é necessário que outras pessoas estejam como coadjuvantes na relação dos protagonistas e também seja necessário algumas mentiras sinceras, talvez valha a pena usá-las então. Talvez elas realmente nos interessem. E este é um modo muito conveniente de se pensar, porque deixa uma margem enorme para você fazer muita coisa! Mas faça a merda direito, então! Repito: A ignorância é uma benção. Então não deixe que a outra pessoa descubra e sinta se uma bosta por tudo isso.

Na verdade, não sei se concordo muito com isso! Teoricamente acho tudo muito lindo, sou uma pessoa com horizontes bem amplos. Mas colocando-se na situação...sei que mesmo com aquela pessoa que você não tem nenhum envolvimento mais profundo, é realmente bem chato quando você sabe que ela esta com outra. E tudo se complica mais se mexermos com sentimentos. Então, na verdade, eu não faço a mínima idéia do modo como eu concluo tudo isso. Se vai ser bom ou não o relacionamento, é uma coisa muito difícil de se dizer. O fato é que se você é do tipo que não consegue contentar-se com uma pessoa só, isso só vai dificultar um pouco as coisas. Vai dar mais trabalho e, das duas uma: pode ser bom ou pode ser péssimo.

É assim que vivemos... se o amor é um jogo, tentemos não perde-lo.

OBS:
Comofas? diz:
oq q quer dizer o título?
Fikdik diz:
cuide-se
Comofas? diz:
TUDO ISSO eh Cuide-se?
Fikdik diz:
é! ashuhsauhsasa frances é uma lingua complicada

Um comentário:

E foi bom pra você?