quinta-feira, 4 de novembro de 2010

The Currents of Space


A anos tenho um pensamento cruel: "Vingança".

Pensava isso dentro de um relacionamento, após uma briga, vontade de marcar a vida daquela pessoa da pior maneira possível. Guardava isso por conta do que é o meu pai, um homem amável e carinhoso, protetor e amigo, mas que não deixava nada barato, ainda mais se tocasse seu peito.

A grande questão é que, inevitavelmente, sou filho legítimo de minha mãe, a qual não falta amabilidade. Podem explodir o mundo no seu peito, o que sempre valeu a pena pra ela é o que vale a pena e ponto. Difícil alguem de fora dar valor a isso, mas é impossível não se aconchegar em seus pensamentos.

A raiva, que pra mim se confunde com a angústia, me faz esquecer. Nunca me fez ponderar, me fez simplesmente apagar o que me causava desconforto. Acontece que o tempo passa.

Por vezes vi tudo isso acontecer, ambos com ciclos variáveis de retorno, mas todos com o mesmo resultado: "Agora está tudo bem".

Casos são casos. A indiferença é mínima, se comparada ao que passou. Olho pra traz, "Ok", já não tira meu sono. Não penso mais como antes, não quero "destruir" mais nada, quero é abraçar meu sorriso e fim, continuar.

Hoje foi um caso, nada. Da parte de mim que cabe ao meu pai somente um "Muito bem... obrigado" e de minha mãe um "Que bom que tudo está bem". Não imaginava que seria desse modo.

No fim acabei sorrindo. É bom entender que será sempre o tempo o melhor remédio pros meus problemas do passado.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

The stars like dust


Fazia tempo que não sentia a mínima necessidade de escrever. Minha vida anda mais calma que o normal, mais agradável, mais amável e menos desorganizada. Ando lendo demais (pura ficção cientifica), mas é incrível como essa leitura tem me afetado.


Já fazem 4 meses, pensando por cima, que "esqueci" amigos, que ando lendo no ônibus, que amei e fui amado. Nesse tempo a ansiedade me tomou de assalto diversas vezes, mostrando-se mais presente do que eu podia imaginar e tornando-se remédio e mentor de crises.

A ficção não tem me levado pra pensamentos abstratos ou sonhos utópicos, ao contrário, ler sobre robôs, sobre sua personalidade, sobre sua forma de "amar" o ser humano me trouxe um desejo e uma vontade de acreditar muito diferente. Crer que podemos funcionar desse jeito, que a base da confiança, da amizade e do bem estar é tão simples, mas ninguém reconhece. Não quero viver entre robôs, mas não ando suportando o modo como "essa máquina" anda funcionando.

Pouco a pouco ando me afastando de maneira radical do que não me interessa, do que não me agrega nada. Não sou o melhor dos homens pra dizer no que sou melhor ou pior que ninguém, mas pelo menos de mim sou meu próprio juiz e posso condenar o que não me agrada, até de modo egoísta, mas não ando muito afim de agir de outro modo.

A despeito do que é bom, creio que me satisfaço na medida do possível. Seja em exageros, seja em presentes, seja em desejos, seja por 15 minutos, o valor é o mesmo. Deixei de achar um erro gostar de cuidar, de acolher, de querer bem, pois quem sente prazer em colher rosas deve saber lidar com alguns espinhos ou nada feito.

Não estou aqui pra falar de amor e sim do que anda me acontecendo. Exigência minha ou não, tudo muda quando você deixa de querer o que não é bom, mas você nunca fez questão de se importar.

sábado, 4 de setembro de 2010

Fuga

me desculpe, mas sinto vontade de escrever


Por conta do tempo gasto ele dorme
Sem razão de ser, apenas por ousadia
Encontra no sorriso da lua a forma
Encontra no sopro do vento a brisa

Ignora o tempo como se nada fosse
Pois nada se compara a essa tenra brisa
Que sopra os temores pra terra longe
Que lhe faz esquecer as horas perdidas

O mesmo homem que julga-se falho
Vê, través de cada frase e cada verbo
Um sorriso tenro e uma sincera alegria

Ao fim da noite sem perder o tino
Após acender seu último cigarro, rindo
Se vê em um mundo de contentamento.

Encontra-se deitado. Sorrindo.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Segura insegurança


É difícil lidar com tanta insegurança.

Analizando friamente como reagi a isso nos meus antigos relacionamentos fui perceber que o único modo de eu não senti-la era ocupando minha cabeça e meus momentos com outras coisas, desde diversão em excesso a outras pessoas.

Outras épocas, outra cabeça e outros amores.

Encarando como o "boehmio poeta" que meu irmão tanto diz que pareço, tudo que faço parece ser em prol de mim, do meu amor e da minha felicidade.

Já falei eu te amo com a certeza de um devóto a cruz e mesmo assim acolhi minha insegurança em outros braços. Insegurança fajuta, infantil e sem créditos, por que não existia necessariamente, mas ainda me era cara.

Aprendi a controla-la antes, mas, hoje, faz tanto tempo que não me é necessário "utilizar" esse controle que vi que desaprendi a moderar meu peito.

Outra época, outra cabeça e outro amor.

É difícil lidar com essa insegurança infantil, que me aparece quando estou sozinho e fica perdida quando estou com ela. A vergonha de um homem é assumir o descontrole pra si e pro próximo, prometendo lidar com isso, mas sabendo que é extremamente difícil. Vergonha essa por se sentir tão correspondido e amparado, mas ainda sim abraçado, quando só, por esse aperto irritante. O pior é queacredito que a melhor forma de lidar com isso é pura e simplismente olhar para o lado.

Me sinto diferente, tanto interno quanto externamente. Minhas amizades, meus desejos, minhas preferências e meus sentimentos, todos se adequaram, mudaram e deixaram de ser o que sempre foram.

Existem coisas mais difíceis de mudar e outras que nem pretendo. Continuo sendo o "romantico" que gosto de ser, mas o homem que da vida a ele já não é o mesmo Não quero me tornar um novo moralista, mas esquecer a idéia que sempre tive sobre mim mesmo de que "não sou deus", pois se preciso "reeducar" minha insegurança preciso rever alguns dos meus conceitos.

Versos de amor
Parece muito doce aquela cana.
Descasco-a, provo-a, chupo-a . . ilusão treda!
O amor, poeta, é como a cana azeda,
A toda a boca que o não prova engana.
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Porque o amor, tal como eu o estou amando,
É Espírito, é éter, é substância fluida,
É assim como o ar que a gente pega e cuida,
Cuida, entretanto, não o estar pegando!
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Para reproduzir tal sentimento
Daqui por diante, atenta a orelha cauta,
Como Marsias — o inventor da flauta —
Vou inventar também outro instrumento!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Exagero


Todo mundo já sofreu com aquela pessoa grudenta. Aquela garota que sempre quer te ver, sempre quer sair, te liga, manda mensagem e a cada 2 horas gosta de falar contigo.

Acredito que muita gente que reclama se encaixa nesse padrão e, infelizmente, creio que tenho que me colocar, no mínimo, dentro dessa percentagem.

Como "estilo" de vida busco ser o mais romântico possível. Sinceramente, acho que da muito mais prazer nos meus relacionamentos me comportar dessa forma. O cavalheiro, o amante, o homem que ela lembre como exemplo, mesmo após o fim, de ter sido um cara "legal".

O grande problema é que o excesso de romantismo pode se tornar exagero e do "bom partido" você vira o cara chatinho que não deixa ela em paz.

Liberdade é, como sempre foi, linda prós olhos de quem a tem, mas complicada pra quem trata dessa "libertação". A liberdade em um relacionamento acaba sendo "ferida" por excessos de mensagens, ver demais, falar demais, querer sempre estar junto. Posso tratar como pergunta ou afirmação, cada caso é um caso.

A grande questão é, como saber?

Todo mundo tem ideia da potencial merda que pode estar fazendo, mas age do mesmo modo e sempre toma aquele susto com um "Você está indo rápido demais". O texto anterior tem um pouco a ver com isso, pois muitas vezes a pessoa pode não dizer "Vai com calma" pelo simples fato de gostar de você e não querer te magoar.

Sou um bom exemplo de surtos de elogios e carinho, as vezes sinto necessidade de expor isso a todo custo, mas sempre fico "Será que to pegando pesado?".

Conhecer o outro faz parte do processo, receber um simples beijo seguido de sorriso e pensar "Estamos indo bem" é algo acolhedor. Aqui tambem cabe a questão da conquista, todos gostam de se sentir queridos, mas não cercados.

Cercar é diferente de proteger, gostar é diferente de querer. O excesso e a confusão de sentimentos pode descarrilar bons relacionamentos por pura excentricidade. Busque ser um amante quando juntos e um grande amigo quando separados, muitas vezes a outra pessoa precisa muito mais do que um beijo de boa noite.

É bom ser romântico, mas tambem ser racional. Você pode encontrar respostas nas atitudes inesperadas ou em um abraço carinhoso em um cinema noturno, ela pode querer o mesmo que você, mas se expressar diferente.

Se não for tão fácil, controle seus impulsos. Você pode descobrir que ela sempre esperou isso de você e ai sim você percebe que é disso que ela pode mais gostar (nem sempre, mas não custa sonhar).


terça-feira, 17 de agosto de 2010

No "bem da verdade"


No bem da verdade, por ironia, todo mundo mente.

Um erro "brando" se comparado a maioria dos deslizes, mas que não deixa de acontecer. Esse, especificamente, vem, quase que automaticamente, após um pedido de sinceridade. Parece simples, mas é muito mais complicado.

"Gostaria de saber se esta tudo bem, me diz" - pergunta base.
"Sim amor, por que?" - retórica simples.

Para pra pensar, quantas vezes você mentiu quando respondeu perguntas desse tipo? Quantas vezes você foi sem querer ir ou consentiu sem gostar do que aconteceu, simplesmente por que isso soa mais carinhoso e até mais automático?

Muitas vezes essas perguntas, nem para quem as faz, tem algum sentido. Muitas vezes servem apenas para confortar o seu próprio lado de alguma incerteza maquiada. A afirmação das coisas mesmo sem a certeza absoluta, apenas do que sinceramente lhe interessa, tem valor.

Ao mesmo tempo, como disse agora, existem necessidades para tais perguntas? Insegurança e ansiosidade, ou só confusão de sua parte? Não da pra saber, ainda mais vindo de mim, que vivo assumidamente com esse problema.

Antes fosse melhor se calar, mas o mesmo problema de saber que você precisa disso é a necessidade extrema de buscar respostas. Muitas vezes a vontade de querer saber de tudo não pode ser suprida por quem deveria responder, não é culpa da pessoa. Entender isso é outro grande problema.

Quando, como e o que perguntar para obter respostas "satisfatoriamente" verdadeiras dentro do contexto de omissão X realidade, foda. As vezes tentar qualquer coisa faz com que tenhamos que trabalhar com isso, de modo a construir algo, a velha premissa de que devem haver sacrifícios para que tenha fim uma amarga guerra.

nota: a mentira aqui é tratada como ferramenta de um relacionamento, dentro do aspecto da "mentira branca", não como alusão a filhadaputagem, por assim dizer.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

E quem você conhece demais?


O que dizer e o que desejar quando você busca alguem que sabe demais de você? Digo, não saber o que você pensa das coisas, sua comida preferida ou o que faz a maioria do tempo, mas saber praticamente tudo o que você já fez de errado, tudo que você já passou e tudo o que você pensa sobre relacionamentos.

Até quando é um erro? Se não, até quando é viável e, pior, sentimentalmente aceitável?

Conhecemos pessoas quais a simples visão do passado ou, não indo muito longe, seu último relacionamento, já nos assusta. Jamais se envolver tendo em vista estranhas perspectivas, sensato ou não, é praticamente isso que fazemos.

Mas e se "correr o risco" envolver alguem que você, por incrível que pareça, acha que valha? Não atirando cegamente, muito menos pensando em "ignorar" seja o que for que a pessoa possa ter feito, mas empregando a mesma sensatez anterior?

Não é tão simples.

Voltamos a existente casualidade e a uma amizade traçada dai, não aquela de infância ou qualquer outra, mas algo baseado no afeto e na confissão, do desejo de que fique bem e na intimidade. Difícil explicar, espero que fique aceitável o entendimento.

Passamos para os pormenores.

O desejo está lá, podia sempre ter estado, até que uma das partes se abra mais, desista ou busque algo a mais que o casual. Não poderia ser aceitável, podia ter acabado com tudo, mas não foi o caso e isso, sinceramente, foi muito bom.

O início é confuso e complicado. A invasão de "espaços" e o aparecimento de "casos" são e podem ser ocasionais. Ambos sempre foram claros quando falando de assuntos alheios, buscar sermos mais ainda quando tratarmos dos nossos próprios pode(e creio que deva) ser uma realidade.

Perdendo ou ganhando.

Daqui em diante, dado a "intimidade" que sempre existiu por tratar desses assuntos, tudo me leva a uma única obrigação (não negativa, mas apaziguadora): a realidade do que acontece deve ser a verdade absoluta, seja para o fim ou não.

Me apego muito ao quanto creio que "possa contar" com a pessoa. Nesse caso, a única coisa que torna-se digna de preocupação (anseio) é se dará certo. Não penso no pior, acho que, melhor ainda, se der certo tudo será claro e, caso de errado, mais claro ainda (antes que o mundo exploda na mão de seja quem for).

No fim, a melhor diferente entre esse possível relacionamento e um enlace "normal" está na capacidade e poder de 2 palavras que ambos sabem que não deixarão de ser ditas: sim e não.

É bom acreditar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Amor, paz e tempos de guerra


Muitas vezes queria eu não ter total idéia das coisas que faço e não me importar com muito do que acontece. Deixar que "detalhes" passem despercebidos e relacionamentos se tornem relacionamentos cada vez mais complexos.

Esse ano, até o momento, fui posto a prova 2 vezes nessas "armadilhas" do destino, sendo tanto a vítima quanto o algoz. Impressionantemente fui posto em opostos de modo a ter que "decidir" o que fazer, ambas das situações pendentes para "o meu bem", mas com resultados completamente inversos.

No primeiro caso, de um envolvimento padrão e sem muita perspectiva surge aquele anseio por realidade. Após uma cutucada relativa a um acontecimento isolado eu não pude me deter e pensar "Ok, eu posso me foder nessa". Uma simples conversa revela a realidade "Eu não quero nada sério agora", o que faz com que eu imediatamente pense em me ejetar de qualquer perspectiva, doa o que doer.

Não foi destrutivo, foi precaução, não podia continuar com alguem que não me tinha com os mesmos olhos (bom, era o que eu achava), isso, aliás, é algo que eu mesmo me proíbo e o que nos leva tambem ao segundo acontecimento.

Sem querer, algo acontece e pronto, dois caminhos se cruzam em mais uma noite paulista. Anos de conhecimento, passado e presente escritos com linhas tortas de ambos dos lados, mas nunca que imaginaria escritos na mesma linha.

Nesse caso, pela desgraça do mesmo destino os sentimentos não foram reciprocos, dessa vez de minha parte. Isso, como eu disse, me incomodava e me deixava cada vez mais preocupado, de forma egoísta, mas preocupado.

As ações de um homem muitas vezes são mais fáceis de serem promovidas, um simples desejo motiva um encontro, mas o resultado do outro lado pode ser maior e essa história de reciprocidade pode se tornar mais preocupante.

Pela primeira vez via que alguem sentia algo muito grande por mim, não somente pelas atitudes, mas, como me apego muito a isso, conseguia sentir isso com todos os meus sentidos em todas as situações, principalmente na intimidade.

Mesmo assim, terminei.

Quando o fim te remete a dor você é digno do ódio, frustração e coisas do tipo. Mas o carinho é o mínimo que esperamos de um relacionamento findado sem guerras nucleares. Mas é triste conhecer alguem tão logo o fim e de maneira lastimável.

A raiva, frustração ou alto índice de infantilidade regridem a cabeça de uma mulher ao status quo de um animal áspero e doentio. Não somente a mulher, o homem comete o mesmo erro, mas sou homem e estou me referindo a uma mulher agora(ok?).

Atitudes destrutivas demonstram a real personalidade de uma pessoa, mostrando-a deturpada. Acontecimentos sem precedentes ocorrem e você percebe que o melhor foi ter errado por antecipação do que se tornar um alvo e ser acertado por uma bomba de esterco.

Querendo ou não, guardo uma raiva pelos fatos, mas uma certa tristeza pela realidade. Muitas vezes são cotidianos idiotas e infindáveis que acabam com pessoas potencialmente dignas de um "eu te amo".

Creio que seja bom passar por isso, saber que o tempo não é patrono da mudança e sim potencial atenuador de problemas. Querer ajudar jamais vai ser o problema, mas deve ter em mente que "o beijo amigo é a vespera do escarro" e de nada pode valer a pena diante de uma tão grande chaga.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Viver de conquistas


Creio que existe um único acontecimento culpado de fazer com que boa partes das garotas que nós conhecemos desista de se envolver contigo: a conquista.

Elas sabem muito bem o que pode vir depois desse tipo de coisa. Aquele frio na barriga próprio de "amores" pode se tornar um verdadeiro inferno de ilusões em sua cabeça, regido por pensamentos ligados ao "grande filho da puta mor" que magoou pela primeira vez seu coração a um bom tempo e fez com que ela amargasse qualquer envolvimento e, consequentemente, uma conquista por parte dele.

Vejo nisso uma das melhores coisas dentro de um envolvimento (ainda não estou tratando de um relacionamento em ). Claro que isso pode funcionar mais pra mim, que as vezes me sinto mais um escritor boehmio de 1900 perdido entre um texto e outro, quando tento fazer com que entendam o meu "gostar" usando de todas as formas e desculpas. Claro que não é fácil pra todos, mas "ter" a pessoa "conquistada" (não julgando-a submissa), até que tudo acabe por água abaixo (ou não) é quase um motivo para continuar esse envolvimento.

Como um idiota é capaz de virar para uma garota e dizer "Não preciso de você, já te conquistei" e julgar que tudo vai continuar bem? Posso bater nas costas dele e dizer "Parabéns, você acaba de criar um monstro", mas, ao mesmo tempo, ele pode ter acabado com um possível bom relacionamento por besteira.

Tudo bem, não vou bancar "o melhor dos homens" nesse tipo de questão, sei que nem tudo são rosas e muitas vezes ignoramos o fato de que "ela gosta de mim" simplesmente por que não gostamos dela, normal. Muitas vezes, os fatores que me fazem ter vontade de esclarecer as coisas quando não estou mais afim giram em torno da proximidade, da amizade, vivência e envolvimento. Se passar longe disso, pode ser que não me importe. Podem crucificar, mas vocês conhecem gente pior.

Não é sempre que vamos conquistar a pessoa certa, ou teremos muita consideração com certas casualidades, afinal, parto da premissa que não devo respeito a quem não merece, ignorando até a existência de que ela tenha sentimentos (sinceramente, sexo casual pode ser melhor do que você encontrar uma vadia onde não imaginava) e não é sempre que observamos uma conquista quando o encontro ocorre em uma única noite ou quando não suportamos a existência da ex-lanchinho em questão.

Conquistar serve para os mais egoístas assim como serve pros mais amantes. Se satisfazer é uma benção e sobreviver a isso é algo que não tem muito a ver com como começou, mas como ira terminar. como eu disse outra vez a uma amiga "o começo eu sei como é, a questão é você saber lidar com o fim das coisas".

Antes de julgar ruim ser conquistada, acho que vale a pena analisar o que te aconteceu antes, o que você viveu até agora e como pode tentar lidar com o fim (apesar de não ser saudável pensar no fim logo de cara), pois pode ser muito bom, por mais que dure pouco, mas pode ser melhor que muitos amores antigos.

Enquanto a mim, acho que não sou um castelo. Ao mesmo tempo, não ligo se isso acontecer, pra dizer a real eu sou um dos caras mais "fáceis" que eu conheço. Minha questão não é sempre saber o que fazer, mas saber o que é bom pra mim e o que pode me fazer seguir sempre em frente resistindo (como o castelo que não sou) as consequências dos fatos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Coisa de pele

Antes tratasse sobre a letra de Jorge Aragão, livrando nossas cabeças de um eventual preconceito relativo ao amor entre tipos e raças, serei menos poeta por aqui, falarei sobre um certo problema.

Uma das partes mais prazerosas de se estar com alguem é no exato momento do contato. Quando você sente a pessoa contigo, todos os lados, cada centímetro que o momento lhe proporciona de chegar mais perto. Já me vi cativado por ocasiões que se completavam pelos perfumes que ocupavam meu ar: seja o que ela usa, seja a mistura com o meu ou até mesmo um gosto de vodka e cerveja (conheço gente que gosta da mistura de cerveja e cigarro).

Qual não é a sua surpresa quando algo acontece após uma balada e você se vê numa situação complicada. O motel não tem chuveiro e você está sem escovas de dente, correr atrás de um halls ou bébe água até explodir, gargarejos e tudo mais, o mais impressionante que você nem faz tanto isso por ela, mas pelo desejo de estar mais "apresentável". Mas sejamos francos, álcool demais pode CORTAR isso da sua mente (e coisa pior), mas não estou encarando por esse lado.

Tudo pode acontecer e é totalmente aceitável quando não existe escapatória. Ficar com alguem numa noite e querer que ela faça alguma coisa preocupada com você pode ser um sonho a parte, mas o que dizer de quem aparentemente NÃO ENXERGA/LIGA pra isso?

Impressionantemente existem mulheres que parecem não pensar na ocasião que o parceiro pode se incomodar com esses problemas. Seja por tempo, costume ou falta de interesse, mas atos simples em um banho ou antes de uma relação são muitos úteis, até mesmo para se causar uma melhor impressão.

Penso assim, pois já passei por isso.

Já me deparei em dois casos relativos, que me incomodavam por se tratar justamente de pessoas que eu era interessado, me privando em alguns momentos, pois não me sentia confortável. Não é das coisas mais fáceis falar sobre esse tipo de assunto, mesmo com pessoas que você gosta (claro que não se tratavam de namoradas de longa data, ai o papo muda) afinal, não estamos falando de um mal hálito ao acordar, mas de algo que até decepciona em momentos de intimidade.

Em um banho juntos, notar algo de errado, tentar dar um toque sem muito alarde ou constrangimento, pois a pessoa pode sentir vergonha na hora, pois como disse, as vezes é o jeito, as coisas complicam mais, mas nem sempre o nosso mundo é o certo. Conheço gente que tem cara de pau o suficiente para chamar a atenção na hora ou dar um toque mais direto, é muito complicado, não é meu tipo, sei que por conta disso acabo tendo que lidar com a situação, mas não podemos ganhar todas.

Quando nada muda, no meu caso, eu chego a desistir da pessoa. Claro que existem dezenas de ocasiões, tudo pode ser mudado, pensado. Uma conversa, se você realmente gosta da pessoa, vai ser boa, tanto para resolver esse incomodo quanto para ajudar a construir, se desejado, uma melhor relação.

Claro que o tesão pode nos fazer não pensar em nada, jogar nossos conceitos e pensamentos pro alto, fazendo aquilo tudo valer o máximo por mais complicado que fosse. Em uma vida agitada, a noite pode ser a única que vai estar pronta pra nos abraçar, juntamente com nossos desejos.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Gostamos mesmo é de sofrer?


Amigas minhas que namoram/namoraram durante um tempo considerável vivem dizendo-me que tenho que largar dessa vida libertina de solteira e ter um relacionamento sério para saber como é bom ser realmente querida por uma pessoa. E apesar de eu ser bem desencanada (tentar e com sucesso, na maior parte das vezes), sustentando esse orgulho de não pertecer a ninguém e ter a todos, chega o momento no domingo, após um fim de semana geralmente agitado, que eu deito na cama e tudo que queria era receber aquela mensagem no celular de boa noite de alguém que realmente te quer bem e vai sentir saudade de você da 2ª até a 6ª feira.

Com isso, peguei-me pensando em meus quase relacionamentos dessa vida bandida, e cheguei a conclusão de que sim, eu já tive isso! E surpreendentemente, de quem eu menos esperava (e nem sei porque, na verdade seria a pessoa mais óbvia): de uma menina. Sim, entre tantos homens com que já sai, nenhum me tratou tão bem quanto uma certa menina com quem sai por um tempo.

Conhecemo-nos por acaso numa balada, trocamos números de celular e combinamos de nos ver 2 dias depois. Começamos a sair vezes e mais vezes, e os momentos com ela eram daqueles que me faziam ficar suspirando após cada encontro. Um convite pra ir a um café, a um cinema, para assistir um filme com ela, no frio, abraçadas em baixo das cobertas, um caminhar pela manhã juntas até eu ir embora, só para ficar mais tempo ao meu lado, sms perguntando se cheguei bem em casa e mandando boa noite...era tudo. Tudo isso tirando as outras milhões de qualidades que ela possuia: bonita, feminina, mais velha, formada em uma universidade federal, trabalho legal, estilosa, bom gosto musical, filmico...era a coisa mais fofa que já apareceu na minha vida. E eu, amando tudo isso. Era uma época que eu estava me relacionando praticamente só com mulheres, meio desencanada total de homens (nem sei porque, simplesmente aconteceu). Vivi tudo com muita empolgação e curti por muito tempo, sempre sentindo aquelas borboletas na barriga e aquela ansiedade absurda antes de ve-la e abrindo um sorriso de orelha cada vez que lembra de nós juntas.

Ai, eis que começo a ficar com um menino! E começo a me lembrar como é bom isso. De repente, toda minha fascinação pela menina começa a ir por água a baixo. E ela, tão fofa como sempre foi, me pede em namoro justo nesse momento. Fui obrigada a recusar e acabou. Um pessoa incrível, que saiu completamente da minha vida e de repente. E talvez fosse a que mais deveria ter ficado.

Entre tantos na minha vida, não digo que fui mal tratada por nenhum deles, mas nunca fui realmente bem tratada como uma mulher (e acredito que não só, mas como costumamos ter a fama de ser mais sentimental, né...) realmente quer ser. Parece que ao mesmo tempo que eles fazem algo que lhe agrade por um lado, decepcionam-te por outro. Ou então, justamente por terem feito algo que lhe agrade, fazem você ficar na espectativa de que as coisas continuaram assim, sendo que depois só vai ter a indiferença. Não acho que seja por mal, na maior parte das vezes. Mas apenas estão agindo coerentemente com o que estão sentindo, o que é certo. O que me faz concluir: nunca sentiram muito por mim. Já fiquei com muitas mulheres e ultimamente isso tem acontecido meio que por acaso. E sim, são sempre carinhosas. Não fazem tudo pensando somente em fazer sexo com você. Mulher com mulher rola uma amizade e cumplicidade que tornam a relação muito gostosa. Mas nunca mais chegou perto de dar em nada mais sério, e acho que principalmente por que eu não quero. Eu fico mesmo atrás de homens.

E por que, então?

Não estou considerando as diferenças no sexo em si, que acho que pode ser tão bom com ambos quando a relação que você tem com a pessoa é legal. Mas quanto a isso também, busco sempre com homens. Mulheres são sempre o acaso que me coloca.

A verdade é que eu fico atrás daqueles com quem minha relação não é exatamente do jeito que eu gostaria, e nem sempre é bom. Sempre estamos buscando a felicidade e muitas vezes quando a encontramos jogamos a oportunidade fora. Talvez essa história de que o que gostamos mesmo é de sofrer seja então verdade.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Relacionamentos: um bom modo de viver a vida.

Hoje é aniversário do meu pai, parabéns.

Eu sou do tipo de cara que refléte de tempos em tempos buscando a melhor alternativa de me sentir feliz. Se posso ser feliz com alguem, sozinho ou vivendo de casualidades.

Não sou o melhor dos homens, mas me julgo romântico e carinhoso, sentimental e um pouco bobo quando o assunto pega no peito, mas me julgo forte pra seguir após a intempéries.

Passando por algumas ocasiões, conhecendo pessoas das mais diversas personalidades e carinhos agente acaba tentando decifrar todo mundo através de um beijo, de uma noite, de um sorriso. Tenta encontrar um amor ou um desprezo, um vacilo que te faça entender tudo que aquela pessoa quer com você, por que está agindo daquele modo e como fazer para ela te amar ou te odiar quando preciso.

Vejo que trabalho através de cálculos.

Contas que somam, dividem e resultam no que eu preciso. A soma de todos os medos, todos os meus, fazendo de tudo para que o resultado seja positivo pra mim e não tão negativo pro próximo (as vezes nem sei por que me preocupo "tanto" com isso). Não sou, por conta disso, um cara frio, jamais.

Esses dias me julguei egoísta, medroso. Joguei pro alto algo que crescia em mim por medo de ficar chorando pelos cantos em um futuro próximo, mesmo pra mim, que "creio" saber lidar com as coisas, mesmo que dure uma única semana, eu corri. Não posso ter medo de fazer isso.

O maior erro de uma pessoa é não amar. Todo mundo pode achar que eu uso demais essa palavra (por mais que não seja constante), que ela perdeu o valor pra mim e que eu não sei o que isso significa. Errado. Eu sou um dos homens mais intensos que eu conheço, erro muito por conta disso, mas não vejo nexo em desperdiçar meus suspiros em uma cama pra depois me levantar e ter preferido dormir sozinho.

Posso garantir, pros mais invejosos (por assim dizer) que meus minutos são mais belos que os deles e que meus suspiros mais fundos que os seus. Mas é claro, sejamos francos, nem tudo são rosas e posso sim me deitar entre espinhos.

Claro, a apoteose que busco no amar acima de todos esses meus sentimentos parece utópica, mas acredito veemente na conclusão de "um abraço mais que afago e um beijo mais que um verso".

É bom estar para o amor como estão seus dias pra vida, pense.



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sincericídio dos Tempos Modernos

Sempre que queremos falar sobre os relacionamentos que temos cotidianamente, acaba vindo a mente sempre aquele já famigerado termo: “tempos modernos”.

Baudelaire definiu a modernidade como sendo “o transitório, o fugidio, o contigente; é uma metade da arte, sendo a outra o eterno e o imutável.” Claro, nós não estamos mais na Paris de Baudelaire nem no século XIX, mas mesmo com todas as contestações que a pós-modernidade trouxe a ela, não é dificil definirmos nossos envolvimentos com outras pessoas com essas características ligadas a fugacidade tão típica do periodo moderno.

E essa fugacidade parece então ser tornado a base desses relacionamentos ditos modernos. As pessoas envolvem-se procurando one, two, three or more night stands, e parece que o pressuposto de todo envolvimento que se tem com alguém é que vai ser superficial e sem nenhum futuro sério.

E eu me incluo entre essas pessoas. Tão apegada somente ao desapego, eis que acabo agindo inconsequentemente, como se não houvesse um amanhã e pouco me importanto para os juízos de valores que surgirão em tudo isso. Sou de certo modo fria, não no modo de agir, mas na forma como permito (ou não) me envolver. Tendo como pressuposto, então, que tudo aquilo não vai passar de mais uma pegaçãozinha entre as outras, e que logo vai passar quando cada um já não tiver mais vontade.

Mas a gente não age só racionalmente e seguindo nossos impulsos biológicos. Sempre há aquela coisinha chamada sentimento que as vezes insiste em dar as caras no meio de tudo isso. E o que fazemos então quando ele surge? Ele, diferentemente das coisas modernas, não é fugaz e desaparece facilmente. Assim como ele permanece, ele requer permanencia. E ai, o que fazemos com o nosso tão cômodo e asséptico relacionamento moderno?

Não sou a melhor pessoa para relacionamentos, e quando me encontro nessa situação, realmente não sei como agir. Sinto me como uma idiota quando penso em revelar o que realmente sinto. E isso porque? Porque ao contrário de como as coisas seriam normativamente, parece me que deixar-se envolver é uma atitude inocente, se não “errada”. Ao invés de termos um relacionamento com alguém porque essa pessoa é especial para você, parece que nestes tempos modernos acabamos preferindo a maior parte das vezes aqueles que são quase indiferentes. E quando você surge com intenções distintas, abrindo seu coração, a pessoa geralmente acaba assustando-se e tudo acaba por aí. Quando se é sincero, geralmente coloca-se um ponto final no seu (pseudo?) relacionamento. E aquele que está cheio de sentimentos, fica na merda. Cometemos praticamente sincericídio.

E só eu acho “errado” isso? Não vou vangloriar me de ainda possuir uma certa nostalgia dos tempos não-modernos, porque eu sou uma das que mais procura sair intacta de tudo que vivo. E não me orgulho disto. Mas quando me encontro na posição do outro, fico realmente desnorteada. E não é bom. A fugacidade dos relacionamentos modernos não anda me parecendo mais tão atrativa, ao menos agora. Ainda falta, pelo menos para mim, descobrir a metade eterna e imutável dessa modernidade toda.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu posso tudo que quero ou quero tudo que posso?


Quais são as motivações da sua vida, o que necessariamente te faz feliz e como? Quem você gosta, quem você ama ou quem quer ter por perto? A saudade e o ciúmes são servidos frios ou você deixa tudo esfriar lentamente?

Gostar demais me faz passar por diversos problemas, me faz sentir demais e querer ter tudo ao mesmo tempo. Amores, amigas, mulheres, casualidades. Tudo passa muito rápido, estão lá, mas não é sempre que eu posso ter tudo ou mais de uma ao mesmo tempo. Quando relato esse tempo, não quero dizer simultaneamente, mas sim quando preciso.

Gostar de alguem, mas ver nela defeitos difíceis de engolir é meio traumático. Mesmo que Eros personifique o amor como sendo cego, é muito difícil vive-lo em sua plenitude, diversos momentos vão desperta-lo ou vaze-lo correr do sentimento, seja por egoísmo ou pura carência.

Aonde eu quero chegar com isso? Não sei bem.

A questão é que tem coisas hoje que me incomodam com relação a todo tipo de sentimento. O que eu plantei e o que estou cultivando, me deixando, sinceramente, confuso. Sei que batalho sempre e me julgo muito controlado com esse tipo de coisas, por isso não posso tomar nenhuma atitude sem saber necessariamente qual a minha realidade relativa a esses sentimentos. Como um resguardo.

Muita coisa tem me botado em xeque com relação a diversas situações que andam ocorrendo na minha vida e em volta dela, nesse circulo de vícios e virtudes que é meu cotidiano. Pessoas que gosto, gostei, que quero perto, que merecem mais, que estão indo embora ou que querem estar mais perto. O que fazer com tudo isso?

Muitas vezes eu acordo e penso que queria ter uma vida um pouco diferente, não ter conhecido pessoas e nem me sentir esse amante egoísta.

Será que é bom não sermos nós mesmos pelo menos de vez em quando?